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9.14.2011

SER ENFERMEIRO...




Ser enfermeiro (...)

É uma maneira de se apresentar ao mundo de braços abertos,
É um olhar atento ao pormenor que foge a vista do senso comum (...)
É uma forma de viver com e para o próximo, sem deixar de se preocupar consigo (...)
É a palavra dita no hora certa a pessoa certa;
É reparar em tudo, e em mais alguma coisa, que ninguém mais repara (...)
É acordar e saber que é útil hoje e sempre (...)
É querer o melhor, afastando o pior (...)
Ser Enfermeiro é uma arte e não apenas uma Profissão!

9.08.2011

DEISCÊNCIA CIRÚRGICA II (cont.)

Continuarei postando a evolução da ferida cirúrgica com a utilização do curativo adesivo DUODerm, conforme explicado na postagem anterior http://pergunteparaaenfermeira.blogspot.com/2011/09/deiscencia-de-ferida-cirurgica-i.html .

19/08/11 Ferida com deiscência superior de aproximadamente 5,5 cm na parte superior e de 3,0 cm na parte inferior. Com grande quantidade de exsudato inodoro, saindo à expressão, de coloração translúcida amarelada (similar a transudato peritoneal). Placa de DUODerm de 10 x 7,5 cm.








22/08/11 Ferida com deiscência superior de aproximadamente 4,5 cm na parte superior e de 2,5 cm na parte inferior. Com moderada quantidade de exsudato inodoro, saindo à expressão, de coloração translúcida amarelada (similar a transudato peritoneal). Placa de DUODerm de 10 x 7,5 cm.













24/08/11 Ferida com deiscência superior de aproximadamente 4,5 cm na parte superior e de 2,5 cm na parte inferior, com aproximação de bordas, fibrina em parte central e superior e ainda saída de pequena quantidade de exsudato por esta. Com quantidade moderada de exsudato inodoro, saindo à expressão da deiscência superior. 
Utilizada placa de DUODerm de 10 x 7,5 cm + Aquacel (vide informações em http://pergunteparaaenfermeira.blogspot.com/2011/09/aquacel.html ).











25/08/11 Paciente internada por Pneumonia à D? + Derrame Pleural à D. Após punção e coleta de líquido, foi concluído que não se tratava de uma Pneumonia apesar de ter apresentado picos febris em três dias diferentes entre 37,8 à 38,2 graus Celsius.
Realizada biópsia pulmonar + punção de alívio com drenagem de 1.300ml de líquido translúcido, levemente amarelado.


Curativo do dia 28/08/11 não fotografado.



30/08/11 Ferida não mensurada, por falta de material. Utilizada placa de DUODerm de 10 x 7,5 cm.








02/09/11 Ferida não mensurada, por falta de material. Utilizada placa de DUODerm de 10 x 7,5 cm.
Observem que a parte inferior fechou-se completamente sem que haja mais saída de exsudato pelo local. 
Como o curativo DUODerm se desprende quando forma a parte de gel para manter a umidade da ferida, a aproximação das bordas se perde. Realizei a colocação de um ponto falso com micropore, para manter as bordas aproximadas.








06/09/11 Ferida com deiscência superior de aproximadamente 3,5 cm na parte superior com pequena quantidade de exsudato por esta. Utilizada placa de DUODerm de 5 x 4 cmComo o curativo DUODerm se desprende quando forma a parte de gel para manter a umidade da ferida, a aproximação das bordas se perde. Realizei a colocação de um ponto falso com micropore, para manter as bordas aproximadas.







AQUACEL

FONTE: http://www.convatec.com.br/


DESCRIÇÃO

Aquacel® é um curativo de hidrofibra, estéril, macio, não entrelaçado, composto por fibras de carboximetilcelulose sódica.

Curativo de fácil manipulação e altamente absorvente. Forma um gel macio que interage com o exsudato da ferida, mantendo o meio úmido ideal para a cicatrização da ferida e desbridamento autolítico. Fácil remoção, causando pouco ou nenhum dano ao novo tecido formado .




Indicações

  • Abrasões, lacerações
  • Queimaduras de segundo grau
  • Úlceras vasculogênicas
  • Feridas cirúrgicas e traumáticas


Contra - Indicações

Indivíduos com reações alérgicas a algum componente do produto.


Precauções e Observações
  • Consulte um profissional de saúde se observadas alterações como: irritação, maceração, hipergranulação ou sensibilidade.
  • É possível ocorrer pequenos pontos de sangramento devido à estimulação da neoangiogênese em meio úmido.
  • Medidas de suporte apropriadas, como controle de doenças de base, antibioticoterapias sistêmicas e monitorização de feridas infectadas, são necessárias quando clinicamente indicado.
  • Todo tratamento de feridas com uso de Aquacel®, deve ser supervisionado por um profissional de saúde.
  • Aquacel® não deve ser usado como esponja cirúrgica.


Instruções de Uso

1. Limpar a área ao redor da ferida com uma solução de limpeza apropriada.
2. Aplicar o curativo sobre a ferida mantendo 1 cm de borda ao redor da ferida.
Em feridas cavitárias, aplicar Aquacel® fita mantendo 2,5 cm de fita para fora da cavidade, a fim de facilitar a remoção. Somente preencha o espaço em feridas profundas até 80% do volume, uma vez que Aquacel® sofrerá expansão preenchendo os espaços da lesão quando entrar em contato com o exsudato da ferida.
3. Cobrir o Aquacel® com um curativo secundário apropriado.
4. Todas as feridas devem ser inspecionadas com freqüência. RemoverAquacel® quando clinicamente indicado ou em até no máximo 7 dias após aplicação. Se necessário, umedecer com solução salina estéril para facilitar a remoção.



Para queimaduras de II grau:

  • Manter uma borda de 5 cm ao redor da ferida e na sobreposição do curativo.
  • Trocar o curativo secundário periodicamente para avaliação. Neste caso haverá aderência do curativo no leito da ferida, adquirindo uma coloração marrom escura que é o mecanismo desejado.
     IMPORTANTE: o Aquacel® vai se desprendendo de acordo com a reepitelização.
  • Aquacel® pode permanecer até 14 dias ou quando clinicamente indicado.

DEISCÊNCIA DE FERIDA CIRÚRGICA I

Identificação
Nome: M. A. M. L.
Idade: 66 anos
Sexo: Feminino
Estado Civil: Casada
Profissão: Vice Diretora de Escola Aposentada

Residente: Santos


Grau de Escolaridade: Ensino Superior Completo
H.D.M.A. (História Pregressa da Moléstia Atual)
Paciente internada em 29/06/2011 em um Hospital Público de Santos, diagnosticada com CA Vaginal (adenocarcinoma em biópsia realizada em 07/02/11) + Tumor de 17 cm de Ovário D (diagnosticado em TC de abdome em 30/03/11+ CA de Bexiga (cistoscopia em 27/04/11). Deambulando sem dificuldades, pesando 79Kg, em bom estado geral, com discreta anemia por conta de sangramento vaginal intermitente há mais de 6 meses, sem necessidade de reposição sanguínea. Realizou a 1a. Laparotomia no dia 01/07/11 na qual foi detectado também um tumor de aproximadamente 20 cm no intestino, comprometendo o trânsito intestinal (oclusão intestinal). Realizada Histerectomia parcial (mantido o colo uterino), anexotomia bilateral e colostomia terminal. Mantida dieta zero, apenas com liberação de água em pequena quantidade. Não houve funcionamento da colostomia
 
Reoperada em 07/07/11 após desabamento da colostomia. Apresentava baixa de potássio, que não foi reposta antes do procedimento cirúrgico. Durante a cirurgia, apresentou arritmia cardíaca (fibrilação atrial), sendo encaminhada à U.T.I.. Mantida dieta zero até dias 12/07/11, quando foi liberado chá e água. 

A colostomia funcionou após realização de lavagem com Solução Glicerinada gota a gota. Recebendo alta da UTI dia 14/07/11.

No dia 19/07/11 foi observado pela equipe médica a perda de sustentação de 5 pontos que mantinham a colostomia aderida ao abdome, sendo realizado procedimento de ressutura no próprio quarto, com anestesia local. 

A colostomia mantinha funcionamento após liberação de dieta pastosa, sendo liberada alimentação leve, no entanto a aparência do estoma era inadequada, com grande quantidade de fibrina, abertura da parede abdominal de dimensão superior ao tamanho do cólon, dificultando a aderência do intestino e cicatrização.

Paciente recebeu alta hospitalar no dia 22/07/11, deambulando com dificuldade (utilizando-se de andador), não conseguia levantar-se espontaneamente. Desnutrida. Edemaciada 4+/4+, pesando 94Kg.  

Dia 25/07/11 apresentou novo desabamento da colostomia sendo reinternada na mesma instituição hospitalar.

Abaixo, imagens da colostomia no dia 25/07/11: Diâmetro de aproximadamente 65mm 



Realizada 2a. Laparotomia no dia 26/07/11 para fechamento da antiga colostomia e realização de novo estoma.

25/07/11
HGB - 8,2 / HCT - 26,4 - Hipocromia (++), Anisocitose (+), Micrócitos (+)
Realizada Transfusão Sanguínea 2 unidades.
27/07/11
HGB - 10,6 / HCT - 33 

Recebeu alta Hospitalar no dia 01/08/2011. (HGB - 9.9)
Condições gerais da alta: Edemaciada 4+/4+, alimentando-se em quantidade menor do que antes das internações, anêmica.
Medicamentos em Uso:

Antibioticoterapia (Ciprofloxacino + Flagyl), Cloridrato de Metformina (hipoglicemiante oral), Besilato de anlodipino (anti anginoso), Sinvastatina (para redução dos níveis de colesterol), Dipirona se necessário (analgésico).

Realizado retorno com a Equipe de Cirurgia Ginecológica em 08/08/11 (12o. P.O. da 2a. Laparotomia), em que foram retirados os pontos de incisão cirúrgica, apresentando deiscência de aproximadamente   8,5 cm na parte superior e 3,5 cm na parte inferior.

Iniciados curativos oclusivo compressivos com DUODerm CGF (ConvaTec) placa de 15x20 cm no dia 09/08/11. 

DuoDERM® CGF é um curativo adesivo estéril, hidrocolóide, com fórmula de controle de gel.
Os hidrocolóides (carboximetilcelulose sódica, pectina e gelatina) estão contidos dentro da matriz de polímeros elastoméricos que aumentam a capacidade de conter o exsudato formando um gel coesivo e sobre esta há uma camada de espuma de poliuretano.
O curativo auto-aderente absorve o exsudato e promove um ambiente úmido que favorece o processo de cicatrização e auxilia na remoção de tecido desvitalizado da ferida (debridamento autolítico) sem danificar o tecido recém-formado.
DuoDERM® CGF age como barreira para a ferida contra a passagem de bactérias, vírus (incluindo o HIV-1) e outras contaminações externas enquanto o curativo permanecer íntegro.

Indicações
  • Abrasões, lacerações, cortes superficiais, queimaduras, rachaduras de pele
  • Úlceras de perna, úlceras por pressão e úlceras diabéticas
  • Feridas cirúrgicas
  • Feridas externas causadas por trauma
Contra - Indicações
Indivíduos sensíveis ou que tiveram qualquer reação alérgica ao curativo ou a um dos seus componentes.

Precauções e Observações 
  • Durante o processo normal de cicatrização, o tecido desvitalizado pode levar a ferida parecer aumentada após as primeiras trocas do curativo.
  • Não são recomendadas trocas freqüentes em presença de pele adjacente lesada. A ferida deve ser observada durante as trocas do curativo.
  • Consulte um profissional de saúde se for observado: irritação, maceração, hipergranulação, sensibilidade, sinais de infecção, modificação na coloração e/ou odor, aumento da ferida após as primeiras trocas do curativo, a ferida não demonstrar sinais de cicatrização ou se ocorrer qualquer sintoma não esperado.
  • Medidas de suporte apropriadas, como controle de doenças de base, antibioticoterapias sistêmicas e monitorização de feridas infectadas, são necessárias quando clinicamente indicado.


Instruções de Uso 
Preparação e Limpeza da Ferida
  • Antes de usar o curativo, lave a ferida com solução salina e seque apenas a pele adjacente. O tamanho do curativo a ser aplicado deve exceder a ferida em pelo menos 3cm.

Aplicação do Curativo 

1. Remova o papel no verso do curativo, com cuidado para minimizar o contato dos dedos com o curativo.
  
2. Segure o curativo sobre a ferida, alinhando o centro do curativo com o centro da ferida.
  
3. Cuidadosamente coloque o curativo sobre a ferida.
  
4. Modele o curativo adequadamente na ferida.
  
5. Fixe as bordas do curativo com adesivo hipoalergênico se desejar segurança extra.
  
 6. Descarte qualquer porção do curativo não utilizada.

NOTA: O curativo deve ser avaliado com frequência para verificar se há vazamento ou desprendimento das bordas. Se alguma destas situações ocorrer o curativo deve ser trocado. Como o curativo absorve o exsudato, o gel formado pode ser perceptível pela parte externa do curativo. O tempo de uso recomendado é de até 7 dias.
Remoção do Curativo 
  • Segure a pele com uma mão e cuidadosamente levante uma extremidade do curativo. Cautelosamente remova o curativo da ferida.
  •  
    Segue abaixo acompanhamento fotográfico da evolução da ferida cirúrgica:

    14/08/11 Ferida com deiscência superior de aproximadamente 8,0 cm na parte superior e de 3,5 cm na parte inferior.





    16/08/11 Ferida com deiscência superior de aproximadamente 7,0 cm na parte superior e de 3,0 cm na parte inferior. Com grande quantidade de exsudato inodoro, saindo à expressão, de coloração translúcida amarelada (similar a transudato peritoneal).